sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O melhor investimento da VIDA é a VIDA!


O Sentido da Vida, que é o ensino do Evangelho antes mesmo de existirem os Quatro Evangelhos — afinal,  o Evangelho é eterno — sempre indicou na direção da Vida como entrega, como dádiva, como sacrifício como morrer vivificante.
E assim é com tudo o que seja vida...
A Natureza dá testemunho diário de seu investimento de entrega e de morte ao ciclo da vida.
Natureza é isso: vida servindo a vida!
Entretanto, no Evangelho, tal entrega é espontânea e é consciente. Por isto se diz que é para que lancemos o nosso próprio pão, loucamente, sobre as águas, a fim de que alimentemos voluntariamente o rio que nos abençoa com água e peixe.
E mais; ainda se completa afirmando que tal dádiva, depois de muitos dias, sempre em um longe oportuno, volta para nós, e retorna nosso investimento feito às cegas, na mera alegria de dar à vida mais vida.
Jesus disse que o caminho para receber é dar.
Disse que é muito melhor dar do que receber.
Disse que o grande privilégio deve sempre ser ter podido dar.
Disse também que a devolução de nossas dádivas de amor, acontece sempre de um modo exagerado, embora nós nem sempre saibamos como a medida sacudida, recalcada e transbordante virá; com que forma nos visitará; embora saibamos que será sempre na melhor hora.
E em tal ato de dar se deve ter também o mesmo sentimento que houve também em Jesus.
Ora, Jesus nunca disse que deu nada!
Sim, não há uma única propaganda Dele sobre Ele!
Ele apenas diz que é para não andar ansioso de nada, que é para buscar o Reino de Deus, que é o Evangelho vivido; e que tudo o mais nos seguiria como bondade e misericórdia todos os dias de nossas vidas.
E mais:
Ele disse que a vida Dele ninguém tirava Dele. Ele a doaria. Sim, pois doação arrancada não gera o fluxo da vida.
A Sabedoria, todavia, diz: Lança o teu pão sobre as águas, pois, depois de muitos dias, o acharás.
Portanto, trata-se de uma decisão voluntária.
Uma decisão alegre de ofertar ao rio da vida o pão do nosso labor como gratidão, confiança e fé.
Caio Fábio

O ROSTO DE DEUS

Rafael, Michelangelo e vários outros pintores tentaram retratar o rosto de Deus. Foram infelizes. Como mostrar na tela quem nunca foi visto? Com a proximidade do Natal, mais artistas procuram esboçar o que imaginam ser o rosto de Deus.
Ele se parece com uma criança? É o frágil bebê das manjedouras? Talvez; o reino do céu pertence aos pequeninos, aos que mamam. Ao tentar desenhar o mistério, o artista termina com um ídolo.
O rosto de Deus, entretanto, pode ser experimentado nos sem-teto que perambulam pelas ruas e dormem nos viadutos das grandes cidades. Quando Jesus nasceu, a família estava sem moradia certa, não possuía recursos para pagar uma hospedaria e viu-se obrigada a refugiar-se em um estábulo.
O rosto de Deus pode ser percebido em vítimas de preconceito e em injustiçados. Sobre o menino que nasceu em Belém pairou uma dúvida: ele era de fato filho de José? O casal não inventara aquela história toda para se safar de um rolo?
O rosto de Deus se revela nos desprezíveis, nos que foram condenados à margem da história. Quando o menino nasceu, ninguém notou ou escutou o alarido dos anjos. A trombeta que anunciou paz na terra pela boa vontade de Deus passou desapercebida da grande maioria. Apenas um punhado de pastores foi sensível para presenciar o momento mais importante da história.
Qual o rosto de Deus? Ele não se parece com os cartões postais ou com o menino de barro das lapinhas. Deus é igualzinho a Jesus. E Jesus é bem parecido com o vizinho do lado, com a mulher que pede socorro na delegacia do bairro e com a família que chora a morte do filho no corredor do ambulatório.
Não é preciso muito para encontrar Deus, basta um coração de carne, humano.

Ricardo Gondim

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

LIDERANÇA e Integridade de coração


“Nada do que tocamos é eterno” - Esta é uma frase de Charles Kerman que nos ajuda quando tentamos responder a seguinte pergunta: quais são os critérios com os quais Jesus julga a minha vida ?
Frequentemente julgamos a vida alheia a partir de valores mais externos, contábeis e visíveis, do que pelo que se passa no coração. E assim nos encantamos com homens, histórias, livros e lideranças que não encantam a Deus.
A presente sociedade leva-nos a crer que somos aquilo que aparentamos e não são raras as vezes que somos julgados pelos nossos títulos, realizações, influência e tantas outras credenciais que tentam plasticamente definir nossa aparência pública. Entretanto, no Reino de Deus, pregado por Jesus, estas roupagens não representam a nossa identidade, quem de fato somos.
Possuímos uma tendência natural para nos escondermos. Somos, portanto, seres construtores de máscaras. Construímos máscaras com o mesmo intuito que o fazem os povos tribais em rituais xamânicos: para o engano do próximo e manipulação social. Creio que as máscaras que somos tentados a construir possuem, em um primeiro momento, a intenção de apresentar uma imagem que julgamos ideal para os de longe. Comumente esta imagem não representa a verdade do nosso ser mas sim uma idéia utilitária que tentamos exportar. Se temos sucesso na construção de máscaras que vendam esta imagem aos de longe somos tentados a construir máscaras mais elaboradas, refinadas, que possam enganar também os de perto. É por isto que podemos nos surpreender com alguém bem perto de nós, de nosso círculo de amizade e relacionamento, que repentinamente se desvenda como portador de valores e práticas antagônicas com a imagem que dele tínhamos. É que não o conhecíamos. Olhávamos para ele mas enxergávamos sua máscara. Mas não paramos aí.
Como seres construtores de máscaras, ao chegarmos no ponto do engano coletivo aos de longe e perto nos propomos a uma nova empreitada, ainda mais desafiadora: construir máscaras que enganem não apenas o outro mas a nós mesmos. Chamo tais máscaras de máscaras do auto-engano. Aconselhava um cristão que se surpreendeu consigo mesmo ao trair a confiança de um líder que amava e admirava. Em meio a lágrimas exclamou: como pude fazer isto ? Então pensei: quantas vezes esta pergunta nos persegue? O auto-engano não é apenas possível mas infelizmente frequente. Pode levar homens e mulheres e jamais confrontarem suas mazelas e pecados levando-os a viverem como se tudo estive bem.
A construção de máscaras de engano e auto-engano é uma prática pecaminosa que nos leva para longe de uma conversa franca e necessária sobre a nossa vida, fugindo assim de um dos assuntos mais controvertidos e evitados pelo homem desde sua queda: a verdade.
No Reino da luz a verdade é o fundamento para qualquer avaliação. Não por acaso a Palavra nos diz que ela nos libertará. A ausência da verdade, por outro lado, nos mantém cativos às mesmas masmorras psíquicas, volitivas e comportamentais de sempre. E o auto-engano, quando a psiquê humana mente para ela mesma tentando racionalizar o pecado e a fraqueza, torna-se uma das fortes oposições à verdade.
O elemento principal com o qual Jesus nos avalia é bem menos visível, menos contábil e certamente menos observado por aqueles que nos cercam pois Ele nos vê no íntimo, sem máscaras, manipulações ou enganos. A Palavra usa expressões como “coração puro”, “de todo o teu coração”, “integridade do coração”, e “santidade ao Senhor” para nos fazer entender que somos mais avaliados por Cristo pelas coisas do coração e não pela nossa roupagem.Entenda claramente algo: Jesus conhece o secreto da sua vida. Ele certamente não se impressiona pelas grandes construções que levantou, realizações aplaudidas por multidões ou teses defendidas debaixo dos holofotes. O Carpinteiro olha direto para o seu coração e vasculha a sua alma. E é justamente neste campo que você será encontrado fiel, ou não.
Em 1 Samuel 16 o profeta buscava o ungido do Senhor entre os filhos de Jessé. Antes de indicar Davi, que viria a ser rei sobre Israel, o Senhor diz a Samuel: “... Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque eu o rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem olha para o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração”.
William Hersey Davis, tentando fazer-nos diferenciar entre a ilusão do palco e a realidade da vida, compara caráter e reputação quando diz:
“As circunstâncias nas quais você vive determinam sua reputação.
A verdade na qual você crê determina o seu caráter.
Reputação é o que pensam a seu respeito.
Caráter é quem você é.
Reputação é a sua fotografia.
Caráter é a sua face.
A reputação fará de você rico ou pobre.
O caráter fará de você feliz ou infeliz.
Reputação é o que os homens dizem a seu respeito no dia do seu funeral.
Caráter é o que os anjos falam de você perante o trono de Deus”.
É certo que não podemos purificar nosso próprio coração. Dentre tantas verdades marcantes do Cristianismo uma delas é esta: nós dependemos de Deus. E dependemos dele para crer, para segui-lo e para nos parecermos mais e mais com o Filho. Assim creio que o objetivo de Cristo é tão somente levar-nos a orar como o salmista: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova dentro em mim um espírito inabalável”.
Fonte: "http://www.ronaldo.lidorio.com.br"

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Porque Jesus não anda com os fariseus

Lucas, no capítulo 15 de seu livro, registra um diálogo entre Jesus e os fariseus, que reclamavam do fato de Jesus receber e comer com publicanos.
A queixa deles fazia sentido: os publicanos eram gente que havia traído Israel e se tornado cobrador de impostos para os romanos. Eram como os que, na segunda guerra mundial, colaboraram com os nazistas que haviam invadido o seu próprio país.
Para os fariseus, o que faria sentido seria Jesus andar com eles, afinal, entre eles e Jesus, havia mais concordância doutrinária do que entre Jesus e qualquer outro partido judaico.
Jesus respondeu-lhes contando três parábolas: a ovelha perdida, a moeda perdida e o filho perdido.
Parábola é uma “estória” com fundo moral, para destacar um ensino.
Nessas três parábolas Jesus explica aos fariseus porque não andava com eles.
Na parábola da ovelha perdida, Jesus pergunta: Que pastor, tendo cem ovelhas, ao perder uma, não deixa no DESERTO as noventa e nove e sai à procura da perdida, e, quando a encontra, vai direto para casa para festejar com os amigos?
A resposta para essa pergunta é: nenhum pastor faria isso, pois perderia as noventa e nove, e tudo o que teria seria a ovelha perdida, se a encontrasse. A menos que estivesse abandonando as noventa e nove.
Era isso que Jesus estava a fazer, abandonando as noventa e nove. As noventa e nove ovelhas representavam os fariseus.
Jesus explica tê-los abandonado porque há mais alegria por um pecador arrependido, do que por noventa e nove justos que não precisam de arrependimento.
Por que Deus não ficaria alegre com noventa e nove justos que não precisam de arrependimento, se, como disse o salmista: Deus conhece o caminho dos justos? (Sl 1.6)
Porque justos são os que sempre se arrependem e não os que se julgam não necessitados de arrependimento.
Os fariseus eram assim, se julgavam justos que não precisavam de arrependimento, mas Jesus os denunciava por serem justos aos seus próprios olhos, mas não justificados por Deus (Lc 18.11-14)
Na parábola da moeda perdida, Jesus diz que ele é como a mulher que, tendo perdido uma dracma (salário de um dia de trabalho), revira toda a casa até encontrá-la, e, ao encontrá-la, chama vizinhas e amigas e faz uma festa.
A casa é Israel, e o que é revirado é tudo o que os fariseus, por conta própria, chamaram de sagrado, e que só servia para passar uma imagem falsa de Deus, afastando os homens da possibilidade do arrependimento. A dracma representava os publicanos.
Na parábola do filho perdido, Jesus concorda com os fariseus quanto aos publicanos: deixa claro que são pessoas que jogaram para o ar tudo o que tinham junto ao Pai, para viver dissolutamente, seduzidos pelos romanos, que, por fim, apenas lhes estavam oferecendo viver numa pocilga.
Mas o Pai jamais desistiu dos publicanos, mantendo-lhes aberta a porta do arrependimento.
Entretanto, os fariseus, a exemplo do irmão mais velho, não o admitiam. Entendiam-se como juízes de seus irmãos, não dando crédito ao arrependimento dos mesmos, até por julgá-los incapazes de tal ato.
Os fariseus, como o irmão mais velho, não conheciam, de fato, o Pai, e não o amavam; pior, entendiam que o Pai tinha uma dívida para com eles, por causa da fidelidade com que o serviam sem nada receber em troca. E, em não amando o Pai, não amavam a ninguém. E quem não ama não considera a possibilidade do arrependimento do outro.
Jesus, em muitos casos, podia até ter o mesmo enunciado que os fariseus, mas não tinha o mesmo coração.
E... Como disse o poeta e compositor Claúdio Manhães: “Diferente é o coração, a diferença é o coração!”
A boa doutrina tem de, necessariamente, gerar um bom coração, senão será, mesmo que correta, um enunciado vazio, por não ter frutificado no coração de quem a prega.

Autor, ARIOVALDO RAMOS.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

CONVERTEI-VOS

Porque o Reino dos Céus está Próximo

Segundo Grudem conversão é: “a nossa resposta espontânea ao chamado do evangelho, pela qual sinceramente nos arrependemos dos nossos pecados e colocamos a confiança em Cristo para receber a salvação”. Ele continua dizendo que conversão é voltar-se do pecado, da qual chamamos de arrependimento e o voltar-se para Cristo, isso é o que chamamos de fé. Em suma podemos dizer que conversão tem haver com a fé e o arrependimento. É estarmos caminhando em direção a um lugar, mas em certo momento darmos uma volta, e caminharmos em direção oposta.
Essa é uma definição famosa sobre conversão. Nesses dias refletiam sobre o aviso cheio de vigor de João Batista: “Convertei-vos, porque o reino do céu está próximo”. Claramente uma afirmação utilizada por mim durante muitos anos para convencer todos aqueles que não eram cristãos, na minha mente isso significava “crente”, a aceitarem Jesus. Creio que eu não era o único a utilizar-se desse recurso. Entretanto, percebi que estava equivocado, muito mais do que um pedido de conversão, João Batista estava fazendo uma denúncia contra um povo que conhecia muito de Deus, mas que tinha suas atitudes marcadas pela injustiça.
Quem precisava realmente se converter eram os sacerdotes de sua época, todos aqueles que se utilizavam do nome de Deus para legitimar suas ações marcadas pela injustiça. Era necessário converter, porque conhecer de Deus não qualificava ninguém como participante do seu Reino. Thiago já dizia: “Crês tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios crêem e tremem”.
A conversão vem marcada por atitudes que demonstram que a minha fé é verdadeira. É produzir frutos do arrependimento, saber que não adiante falar de amor, de acolhimento, de comprometimento, de unidade, quando suas atitudes revelam brigas, intrigas, opressão e ausência do amor. Conversão é seguir a Jesus, o acompanhando de todo o coração e constantemente, compartilhando sua vida e destino ao custo de todas as alianças e compromissos, ligando-se a ele, engajando-se em sua obra, e assim, mostrando que estão qualificados para serem seus discípulos... nesse sentido essencial, é um dom de Deus, é o estar apto” (Karl Barth).
Diante disso, aprendo que para minha conversão ser verdadeira, é preciso que existam os frutos do arrependimento, e esses frutos nada mais são do que a minha fé, nascida do meu relacionamento com Deus, com o meu próximo e o com o meu distante. É minha fé tornando-se prática, quando ajudo a criar na terra seca um jardim, como Deus criou no Éden, quando eu visto a nudez como Deus vestiu Adão, quando visito o doente, como Deus visitou Abraão, quando conforto o triste, como Deus confortou Isaque, quando enterro o morto, como Deus enterrou Moisés.
Se a nossa fé não trouxer a justiça de Deus em nossos atos, não pertencemos ao Reino de Deus e então: “o machado já está posto, e árvore que não der bons frutos será cortada e lançada ao fogo”.

Autor, RÉGIS PEREIRA.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Igreja

Igreja é um lugar onde o Pai se sente em casa,
Onde é adorado pelo que é e não pelo que pode,
Onde é obedecido de coração e não por constrangimento,
Onde o seu reino é manifesto no amor, na solidariedade, na fraternidade e serviço ao outro,
Onde o ser humano se perceba em casa e seja a casa de Deus e do outro,
Onde Jesus Cristo é o modelo, o desejo e o caminho,
Onde a graça é o ambiente, o perdão a base do relacionamento e o amor a sua cimentação.
Onde o Espírito Santo está alegre pela liberdade que desfruta para gerar e expressar a Cristo,
Onde Ele vê os seus dons serem usados para edificar, provocar alegria e servir ao próximo,
Onde todos andam abraçados,
Onde a dor de um é a dor de todos,
Onde ninguém está só,
Onde todos têm acesso ao perdão, à cura de suas emoções, à amizade e a ser cada vez mais
parecido com Cristo,
Onde os pastores são apenas ovelhas-exemplo e não dominadores dos que lhes foram confiados,
Onde os pastores são vistos como ovelhas-líder e não como funcionários a serem explorados.
Onde não há gente nadando na riqueza enquanto outros chafurdam na miséria,
Onde há equilíbrio, de modo que quem colheu demais não esteja acumulando e quem colheu de menos não esteja passando necessidades.
Enfim, a comunidade do reino de Deus,
Onde aparece a humanidade que a Trindade sonhou,
Onde a cidade encontra paradigmas.
Onde o livro texto é a Bíblia.

Autor, ARIOVALDO RAMOS.

A ressurreição e as minhas dúvidas

Pode haver diversas formas para descrever a fé cristã. Mas há só um evento que a sela como única: a ressurreição de Jesus. Gary Habermas, William Craig, Josh McDowell e outros expuseram de forma convincente a evidência desse que é, talvez, o mais perturbador evento da história. Estudos histórico-críticos progressivamente nos livraram de pressupostos insidiosos, que em grande parte determinavam de antemão os resultados da investigação da ressurreição, e reverteram o ceticismo a respeito da ressurreição histórica, de forma que a tendência entre os estudiosos mais recentemente tem sido a aceitação da credibilidade histórica da ressurreição de Jesus. Não recapitularei a evidência; minha reflexão aqui é motivada por outras questões que considero importantes. Como os discípulos de Jesus assimilaram o acontecido? Como o Mestre lidou com a reação deles? O que as respostas às duas perguntas anteriores significam para nós?
Quando as mulheres chegaram à tumba, a ressurreição já acontecera. Ficaram perplexas. A tumba vazia era uma realidade inusitada que demandava explicação, e elas temiam que o corpo de Jesus tivesse sido furtado.
Na época de Jesus não havia quem esperasse uma ressurreição no fluxo corrente da história. Por isso não era concebível ver Jesus vivo após sua crucificação. Isto torna compreensível que ele não tenha sido reconhecido de imediato na maioria dos encontros pós-ressurreição narrados nos evangelhos. Maria Madalena confunde Jesus com o jardineiro e percebe o equívoco quando ele pronuncia seu nome. Os dois discípulos de Emaús só reconheceram-no após sentarem-se à mesa com ele. Quando Jesus aparece aos discípulos reunidos em Jerusalém, eles inicialmente acreditam ver um fantasma. Dias depois, à margem do mar de Tiberíades, alguns deles frustrados com uma pescaria mal sucedida novamente demoram a reconhecê-lo. Jesus acabava sendo reconhecido – seu corpo tinha as marcas da crucificação –, mas não necessariamente à primeira vista.
Mateus termina seu evangelho descrevendo um encontro em que o Cristo ressurreto assegura sua autoridade e promete que estará conosco até o fim dos tempos. É uma cena de triunfo. Mas Mateus não omite que alguns duvidaram. Não haviam – ainda – conseguido vencer a perplexidade. Jesus não se preocupou em homogeneizar o grau de entendimento dos discípulos, nem em fazer com que todos estivessem com as dúvidas sanadas. Deu a todos seu último mandamento, a Grande Comissão, uma ordem que pressupõe uma capacidade de superação inumana, como detalha o livro de Atos.
Surtiu efeito. Isto fica claro na convicção com que o líder dos apóstolos, Pedro, escreveria anos mais tarde: “Não foi seguindo fábulas sutis, mas por termos sido testemunhas oculares da sua majestade, que vos demos a conhecer o poder e a Vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”. A história não deixa dúvidas de que a ressurreição de Jesus e o que se seguiu a ela deu àqueles primeiros cristãos convicções tão intensas, que esta fé permanece a base da igreja dois mil anos depois. Foi o inexplicável, porém real, evento histórico do dia de Páscoa que desvendou quem Jesus realmente é, e forneceu o alicerce da nossa fé e do nosso conhecimento teológico.
A perplexidade inicial e as dúvidas dos discípulos são naturais. Faz parte dos homens o anseio por explicações que se encaixam nas suas visões pré-fabricadas do mundo. No caso da ressurreição de Jesus – como no caso de qualquer milagre – um limite fundamental da mente é atingido: falham as explicações reducionistas. A situação é superada somente pela razão que crê, pois ela ao fazê-lo se sintoniza com a realidade observada. Foi esta a opção dos discípulos; o desejo de explicação deu lugar à obediência e ao que a Bíblia chama adoração. O grande matemático Leonhard Euler (1707-1783) escreveu que “somos convencidos dos efeitos salutares da missão de nosso Salvador pela experiência”. Da experiência foi surgindo a convicção inabalável dos discípulos.
É do teólogo Samuel Rothenberg (1910-1997) a frase “um cristão sincero é composto de muitas perguntas”. Por toda vida seguimos tendo dúvidas e desejando explicações. Assim como aconteceu com os primeiros discípulos, para algumas de nossas perguntas haverá respostas que satisfarão nosso anseio por explicações, para outras não. Nestes casos faremos como eles: seguiremos a Jesus andando “por fé [em Deus/Jesus], e não por vista [no que não compreendemos]”. (2 Co 5.7) E conheceremos os efeitos salutares da sua missão pela experiência.


Escrito por, KARL HEINZ KIETNITZ.


segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Sobre crianças e eternidade

Vi um grupo de crianças brincando. Um monte de concreto era um barco, pedras eram torpedos e diziam estar cercadas de tubarões. (Foi impressão minha, ou eu mesma era considerada um desses tubarões, pelo jeito que uma das crianças apontou ameaçadoramente pra mim?). Eu estava ali bem perto, encarregada de cuidar do filho de amigos meus, que brincava naquele grupo de pessoinhas. De repente, já tinham asas, estavam no espaço e todos ao redor eram alienígenas. E a brincadeira prosseguia.
Fiquei pensando: criança pode ser o que quiser. Ela nem sabe o tamanho da vida, nem imagina que está só começando. Só tem a firme e inocente convicção da eternidade, bem como a certeza de que as possibilidades são tantas que a vida se torna uma deliciosa aventura. Morte? O que é morte? Quem lhe explicaria este evento? Nem se quisessem… Em seu coração tudo dura para sempre.
Pensei ainda: Deus quer que tenhamos o coração como o de criança. “Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus. Portanto, quem se faz humilde como esta criança, este é o maior no Reino dos céus. Quem recebe uma destas crianças em meu nome, está me recebendo.” (Mateus 18:3-5).
Ser como criança engloba vários aspectos. Naquele dia, o que mais falou comigo foi essa sensação boa que só Deus pode dar de que o mundo pode ser o que quisermos – basta um olhar diferente, uma atitude diferente. Basta entendermos que a eternidade é real e que o Pai quer que tenhamos esta visão de que realmente podemos ser o que desejarmos, desde que isso sirva para engrandecer o Seu nome.
Que bobos somos nós quando pensamos que mais ensinamos do que aprendemos com as crianças. Elas são verdadeiros mestres das verdades de Deus.

Autora, FABIANA MELO.
Extraído do blog: http://fabipordentro.blogspot.com/

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Acolha as crianças como Jesus as acolheu

“Alguns traziam crianças a Jesus para que ele tocasse nelas, mas os discípulos os repreendiam. Quando Jesus viu isso, ficou indignado e lhes disse: ‘deixe vir a mim as crianças, não as impeçam; pois o reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas. Digo-lhes a verdade: quem não receber o reino de Deus como uma criança, nunca entrará nele. ’ Em seguida tomou as crianças nos braços, impôs-lhes as mãos e as abençoou. (Mc 10:13-16)
Jesus ensinava o que fazia e fazia o que ensinava.
Por sua prática de acolhimento, ele estava ensinando um novo jeito de se lidar com as crianças. Os pequeninos nunca representaram barreira para a missão. Quando trouxeram as crianças, os discípulos reagiram negativamente.
Para eles, aquela não era a ocasião propicia para se trazer crianças. Parece normal que as crianças sejam acolhidas, se abrirmos um parêntese em nossas programações, se há um dia marcado ou uma sala especial. Mas se as crianças aparecem nas ocasiões não previstas, nós as rejeitamos do mesmo modo como os discípulos de Jesus fizeram. A indignação de Jesus é decorrente da sua percepção em relação à indiferença e repudio que os discípulos manifestaram em relação às crianças. Pela primeira vez se usa a expressão “indignação” para se referir a um sentimento de Jesus Cristo.
Ele ficou indignado. Os discípulos não deveriam criar embaraço para que as crianças se aproximassem de Jesus. A presença de criança é sempre bem-vinda e prazerosa. Se você não se sente bem com a presença de uma criança há alguma coisa de errado na sua interioridade. Ou, se alguma coisa atividade não é propícia às crianças, provavelmente essa atividade não possui a natureza do reino de Deus.
Precisamos descobrir formas criativas de aproximação coletiva e publica com as nossas crianças. As crianças precisam de espaço social acolhedor que propicie proteção e vida abundante. O lar, os templos, escolas e praças de lazer e esporte são necessárias a qualquer criança em qualquer lugar do mundo. Embaraçar o acesso da criança a esses bens da vida causa indignação a quem tem o mínimo de senso de justiça e noção sobre direito. A nossa atitude em relação as crianças acontece numa pedagogia de duas mãos – enquanto as abençoamos, aprendemos com elas a respeito da simplicidade do reino de Deus. É o reino das pessoas que não possuem poder da compra, não estão nos escalões de poder social, não são reconhecidas por critérios de produção e em sua fragilidade humana dependem muito mais de Deus. As crianças, alem de priorizadas por Jesus Cristo, representam os critérios de cidadania das pessoas comprometidas co o reino de Deus e o evangelho de Jesus cristo, animo a todas as pessoas a buscarem criativamente caminhos inteligentes que possam tornar as nossas crianças agentes e motivo de nossa vocação e missão."

Autor, Pr. Carlos Queiroz.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Respeito Divino

João 21:17
Pela terceira vez Jesus lhe perguntou: Simão, filho de João, tu me amas? Pedro entristeceu- se por ele lhe ter dito, pela terceira vez: Tu me amas? E respondeu- lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo. Jesus lhe disse: Apascenta as minhas ovelhas.
Pedro negara a Jesus da forma mais angustiante. O último contato entre Pedro e o Cristo fora logo após o canto do galo. A profecia se cumprira: antes do galo cantar, Pedro negara, três vezes, conhecer ao Cristo; e quando o galo cantou os olhares de Pedro e do Cristo se encontraram... Nada mais restava a Pedro, senão sair para chorar.
Quando as mulheres, no domingo da ressurreição, foram ao túmulo para embalsamar o corpo de Jesus, encontraram o Anjo, que, após comunicar a ressurreição do Cristo, transmitiu-lhes a missão de comunicar aos discípulos e a Pedro, que o Cristo os encontraria na Galiléia.
Ao orientar ao Anjo que nominasse a Pedro, Jesus comunicou-lhe que fora perdoado e reincluso no colégio dos alunos do Cristo. Estava de volta ao time!
Galiléia dos gentios... Jesus reencontra Pedro. Primeiro, comeram, sempre um momento de descontração, ainda que estivessem diante do numinoso manifesto em carne, o que sempre silencia quem quer que seja. O mistério, quanto mais maravilhoso, mais impõe o pausa da reverência. E, então, começa um diálogo inusitado que não surpreende pelo constrangimento natural, mas pelo conteúdo.
Jesus tem a conversa esperada com seu aluno renegado, mas, para surpresa geral e particular, não toca no assunto. Não inquire sobre os motivos de tal abjeto ato, que, ademais, lhe havia sido avisado com antecedência; não questiona o porquê de não ter pedido ajuda quando teve oportunidade, nem pronuncia o temerário: "eu não lhe disse?".
Jesus, o Cristo, respeita o arrependimento de Pedro. O Messias quer, apenas, saber se a base para a retomada de qualquer relacionamento continua presente no coração do aprendiz. Se Pedro ainda o amava.
O mais triste no pecado é perceber que, ainda que por um momento, um amor consumido pelo egoísmo traiu o amor que sustenta vida, o amor por aquele que, na essência, é amado mais que a própria vida.
Arrepender-se é voltar consternado ao amor que, abandonar leva à perda do sentido da existência. Esse retorno tem de ser respeitado!
Nada mais angustiante do que o desrespeito ao arrependido. Nada mais terrível do que erro já confessado continuar a ser o assunto de rodas de pretensos irmãos. Nada mais aviltante do que pessoas a quem foi pedido perdão, principalmente, se mentores, ficarem a espalhar o que lhes foi dito no lugar sagrado da confissão.
A condicão indispensável para se sustentar a sinceridade do perdão ou do amor é o respeito ao arrependimento. Logo, o respeito ao arrependido. A maneira de respeitar o arrependido é o silêncio que dá lugar ao amor. O arrependimento é fruto de dor que o perdão deveria consolar.
Jesus acreditou em Pedro e lhe devolveu a honra, devolveu-lhe as chaves do Reino. O Cristo sempre faz assim quando perdoa!
E o surpreendente, tendo como base o cristão moderno, é que os demais apóstolos nunca questionaram o ato do Cristo. Ninguém saiu a contestar Pedro ou a reinvidicar para si as chaves pelo Senhor devolvidas. Ninguém nunca mais tocou no assunto. Não há pecado onde Deus não imputa pecado. O arrependimento tem de ser respeitado. Pedro voltou a ser digno de confiança como o deve ser quem quer que tenha se arrependido.

Escrito por, ARIOVALDO RAMOS
Retirado do Blog: http://ariovaldoramosblog.blogspot.com/

terça-feira, 14 de setembro de 2010

O Perfeito Amor Lança Fora Todo Medo

Na última semana participei do lançamento do livro; Meninos de Deus – um olhar para o caminho. O livro foi criado como culminância de um projeto chamado Rota da Paz. Os jovens escritores carregam consigo o estigma de serem infratores, mesmo que alguns nunca tenham cometido uma infração, e por isso não mereciam confiança, nem respeito. A idéia do livro era que a comunidade a partir daquele momento pudesse ver esses jovens com outro olhar, que transparecesse respeito e confiança.

Na hora da fala do idealizador do grupo, me perguntei o que leva uma pessoa a perder o medo da violência e enfrentar traficantes e gangues, para que assim jovens pudessem abandonar o caminho das drogas, assaltos e voltarem a serem respeitados em sua comunidade e famílias? Só uma resposta caberia. Tudo isso foi por amor. Um perfeito amor que não negou o medo da violência, mas soube superá-la a permitir que outros também conseguissem.

O autor de I João fala desse perfeito amor que supera os medos. Para ele, qualquer confissão na pessoa de Deus, deve está personalidade nas relações humanas. Quando ele diz “amem uns aos outros” (4.7), não está fazendo um pedido, mas dando um aviso: “Se vocês realmente pertencem a Deus, o amor aos seus irmãos será a prova disso”.

Nessas relações humanas, esse temor que representa o medo é a deixado de lado, pois ele implica em castigo, amedrontamento, ameaça e intimidação. E onde predominam esses fatores, o amor é colocado em segundo plano, a vida começa a perder o seu valor.

A lição que podemos tirar dessa história e que superaremos a violência quando deixarmos que o perfeito amor tome conta de nossas vidas. Quando nossas relações não forem regidas mais pela ameaça, orgulho ou qualquer forma de escravizar o homem e a mulher. É necessário aprendermos que a violência não está somente no outro, mas também está em mim, e precisa ser controlada pela força do amor. Jesus superou a violência contra ele amando: “Pai perdoa está gente! Eles não sabem o que estão fazendo.” (Lucas 23.34). Talvez, esse fosse o indicio de como deveríamos nos comportar diante dos medos que temos em nossos dias. Um indicio que é necessário amar, e amando, permitir que o Reino de Deus esteja entre nós, para que seus meninos e meninas sejam felizes.


Escrito por RÉGIS PEREIRA.
Extraído do:http://www.regispereira.blogspot.com/

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Deus viu que era bom!


Eu aprendi olhando o pôr do sol
Que o dia se despede com acenos cor de crepúsculo
Com promessa de que voltará trazendo consigo uma porção de renovo
A um coração que vê o surgir da escuridão,
que também tem seus traços de beleza.

Beleza essa que se torna invisível aos olhos da angústia,
Pois ela é pessimista demais para perceber os pontos,
Pontos de beleza no breu da escuridão azul.

Mas ela está brilhando e brilhando,
Às vezes se movendo rapidamente como
discretamente querendo chamar atenção.

O dia nasce com proposta de misericórdia
Cumprindo o que havia prometido:
Renovo, tranqüilidade, esperança...

Os olhos já não podem ter mais desculpas
Para deixar de enxergar a beleza
Apesar de ela sempre estar aí,
Pois a própria vida é bela.

E Deus viu que era bom!
Por ROBSON BARROS

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Nome

Melhor é o longânimo do que o herói da guerra, e o que domina o seu espírito, do que o que toma uma cidade.
Pv 16.32

Contra o que lutamos? Contra nós mesmos.
Daí, melhor a paciência para com o outro:
É treinamento para autodomínio.
O que precisamos conquistar? A nós mesmos.
Daí, melhor dominar o próprio espírito!
Quando a gente muda, uma parte do mundo muda com a gente.
Há os sinalizadores e os voluntariosos:
Os sinalizadores esperam e apontam caminhos.
Eles se conquistaram porque sabem do jeito de viver.
Deus existe: há um jeito certo de viver.
Os voluntariosos só têm tempo para si, para a sua vontade.
Até podem vencer guerras, mas não a principal: consigo mesmo.
Há dois Enoques na Bíblia:
Um herdou uma cidade que lhe era homônima.
A gente não sabe quanto ele viveu.
Sua família, para não mais voltar, saiu da presença de Deus,
Sua família quase levou o mundo à destruição.
O outro era da família que invocava a Deus…
Sabemos quanto tempo e como viveu.
Ele e toda a sua família:
É que só é contado o dia vivido diante de Deus!
Ele andava com Deus… E tanto! Que Deus o tomou para si!
O primeiro dominava uma cidade, o segundo se dominava.
Nome: todos têm um.
Alguns pensam que o nome o fará, e mudam de nome para mudar.
Nome é a gente que faz, com a vida que vive.
Um dia, porém, Deus mudará o nome de todos os que foram tornados seus:
Para o nome que conosco construiu.
Nome: cada um terá o seu!

Escrito por, ARIOVALDO RAMOS.
Texto extraído do Blog: ariovaldoramosblog.blogspot.com/

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Fraseando

Deus é tão bom, que, a cada dia, me exercito em perceber os seus milagres, em tudo e em todos.
Na ressurreição do Cristo comemoramos o dia em que a humanidade venceu. A partir do que, tudo é, apenas, uma questão de tempo! Deus se realiza em nos fazer gente feliz!
Ser cristão é subir uma escada rolante: não é você que sobe a escada, é a escada que sobe você.
A divisa da Igreja: cada cristão como o Cristo; cada comunidade local como a Trindade; cada pessoa tendo a oportunidade de entrar no Reino; a sociedade humana como o Reino; e o planeta como o Jardim.
O segredo do cristão não é nunca pecar, mas sempre se arrepender.
Santidade é dedicação exclusiva à Trindade.
A vitória do cristão, não é não passar pelo sofrimento, é não ser derrotado por ele.
Sofrer é um verbo que o cristão não precisa conjugar.
Dar, a Deus, graças, em tudo, é colocar a vida nos braços do Pai.
De arrependimento em arrependimento somos, pelo Espírito, transformados à imagem do Cristo: a glória de Deus!
Somos filhos do Deus que sempre quis ser o nosso Pai.
Estar em Cristo, desde antes da fundação do mundo, é ter certeza de que a sua existência não foi um acidente... Alguém queria você.
A cada vez que, em nossa forma de viver, atendemos ao Cristo, a exemplo dos garçons do casamento em Canaã, nos tornamos agentes de milagres.
Nem sempre entendemos o que o Cristo nos pede, mas sabemos que redundará em algum milagre para o bem de muitos.
Ter ao Cristo, como o principal convidado em nossa vida, é saber que tudo pode recomeçar, não importa o que aconteça.
Todos estão sob a lei da impossibilidade, quando tudo, o que possa ser feito, escapa ao nosso controle.
Só o milagre vence essa lei. O cristão vive na esperança do milagre... Sempre.
Vida cristã é andar sobre as águas, logo, só pode ser vivida no poder do Espírito.
Renovar o entendimento é saber que o que se sabia sobre ser sustentado pelas águas mudou, desde que Cristo andou sobre elas.
A glória de Deus é ter misericórdia de quem quiser, logo, a glória de Deus passa por nós.

Escrito por, ARIOVALDO RAMOS.
Texto extraído do Blog: ariovaldoramosblog.blogspot.com/

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Gente Feliz!


Feliz é quem não segue os conselhos dos perversos: essa gente que sonega o direito; persegue o inocente; e, para quem, os fins justificam os meios.

Feliz é quem não relativiza o amar a Deus, acima de tudo, e o amar ao próximo, como a gente gosta de ser amado, como guia para toda a ação.

Feliz é quem sabe que toda a vida é sagrada, e a preserva.
Feliz é quem vive e anda com os justificados: promovendo o direito e preservando toda a vida.

Feliz é o que está plantado na comunidade dos declarados justos: onde esse amor é o modo de viver,
e a vida, então, flui como um rio, que o faz crescer como uma árvore sempre verdejante.

Feliz é o que dá tempo ao tempo, e, no tempo certo, faz o que tem de fazer.
Feliz é o que sabe que o prazer não é um lugar, mas uma construção.

Feliz é o que medita em como ser gente como gente deve ser: que medita em como viver a partir do amar
a Deus acima de tudo, e do amar ao próximo como a gente gosta de ser amado.

Feliz é quem anda nesse caminho onde a maldade não tem lugar: porque esse é o caminho de Deus!


Escrito por, ARIOVALDO RAMOS.
Texto extraído do Blog: ariovaldoramosblog.blogspot.com/


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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

EU estou com VOCÊ todos os dias!


Na semana que se passou me encontrei numa situação difícil. Recebi pela madrugada a notícia que meu tio que estava com câncer tinha falecido. Fiquei desolado por não saber o que fazer, desejava ardentemente estar junto com minha família, consolando e sendo consolado.                                                                                                                                        Mas o episódio da morte do meu tio era apenas mais um dos sofrimentos e das incertezas que estava vivendo. Juntando todas essas incertezas com os lampejos de sofrimento diário que vivenciava caí em tristeza e revolta dentro de mim. Estava revoltado com a situação que vivia, revoltado com o próprio Deus e com a solidão que sentia naquele momento. Foi uma das semanas mais atribuladas e tristes que tinha passado.
Quando chegou o domingo, subiu ao púlpito, como tenho feito a maioria dos domingos. Não subi feliz, a dor e a tristeza ainda tomava conta de mim. Escolhi o texto de Josué, capítulo primeiro, onde Deus repete várias vezes para o novo líder do seu povo: não temas. Tentava de alguma forma dizer para mim mesmo que Deus dizia aquelas palavras direcionadas a mim. Que ele estava no controle da minha vida, e toda aquela situação iria passar, mas não conseguia convencer a mim mesmo, nem aqueles que prestavam atenção em minha palavra.
Enfim, desabafei. Estou triste! Perdi o meu tio e não tive condições de estar com minha família para poder partilhar da dor que sinto aqui dentro. Desculpem-me, também estou tentando acreditar que Deus está no controle de todas as coisas e que não devo temer. Cantamos que “nunca vimos um justo sem resposta ou padecer no sofrimento...” Quero também dizer que além de triste, estou com dúvidas. Acho que não sou justo! A única coisa que posso dizer para vocês hoje é que também acredito que não devo temer, mas quero confessar que tenho medo, e a única certeza que tenho que de algum modo Deus está comigo.
Então, orei e desci do púlpito e sentei na minha cadeira na segunda fileira da igreja. Ouvi algumas palavras de apoio, em meio ás lágrimas, de uma irmã. Quando terminou o culto um irmão veio ao meu encontro com a sua Bíblia aberta e disse: sabe o que está inscrito em II Coríntios? Eu brinquei: muita coisa. Então ele leu para mim o que queria mostrar: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação; Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus. Porque, como as aflições de Cristo são abundantes em nós, assim também é abundante a nossa consolação por meio de Cristo” (II Co 1.3-5). E continuou: Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel. E eu lhe mostrarei quanto deve sofrer pelo meu nome (Atos 9.15-16).
Aquele momento rápido me fez lembrar que todos somos sacerdotes de Deus, com igual capacidade de ministrar sobre a vida uns dos outros. Acostumado a pastorear, fui pastoreado e exortado por aqueles que cuidam de mim. Entendi que um justo também sofre, pois Jesus tinha sofrido, e que quando Deus diz não temas, na verdade ele está dizendo, eu também senti a dor de que você está sentindo, senti o abandono e a tristeza quando morri numa cruz. Por isso que o “não temas” de Deus nunca está sozinho, sempre vem acompanhado de um “eu estou com você todos os dias de sua vida”.

Escrito por, REGIS PEREIRA.
Extraído do blog: http://www.regispereira.blogspot.com/

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Meninos e Meninas Especiais


Por várias vezes temos nos referido ao jeito carinhoso e atencioso com o qual Jesus Cristo acolhia as crianças. Nesta reflexão falaremos de um segmento infantil com características especiais. Não vou falar de crianças ex-peciais – fora da espécie –, mas sim especiais – preciosas, diferentes, encantadoras.

Sempre fez parte da missão de Jesus incluir em seu ambiente pessoas diferentes, em geral excluídas pela sociedade de seus dias. Ele aproximou-se de leprosos, acolheu as crianças, deu aos doentes uma atenção diferenciada. Precisamos seguir o exemplo de Jesus Cristo, já que a igreja é continuadora da sua missão.

Tenho sido muito abençoado em momentos de convivência com esses personagens fora do comum. Éric é um sobrinho querido que nos trouxe muitas alegrias. Ele tem um cromossomo 21, causador de uma diferenciação peculiar dos demais seres humanos, denominada Síndrome de Down. Minha irmã tem Éric como uma dádiva divina, uma espécie de presença de Deus no seio da família.

A Júlia é uma preciosidade em nossa comunidade. Ela participa dos nossos momentos de louvor e oração com tal encantamento que, em geral, nos cativa a chegarmos mais ávidos à ambiência gerada por suas expressões e gestos de louvor e celebração pela vida. Na década de 80 conheci Zezinho. Ele está na lista dos meus amigos mais especiais. Zezinho não falava, mas na tentativa de cantar com um grupo de jovens de nossa igreja, além de outras participações com os idosos de nossa comunidade, ele aprendeu a falar. Zezinho tem uma habilidade extraordinária para a música e esta habilidade foi sendo descoberta pelo acolhimento e chances que a igreja lhe proporcionou.

Conheço um outro Éric, além do meu sobrinho. Ele é filho de uma amiga muito querida. Leia a seguir o depoimento da sua mãe, Rose:

“Nos acostumamos com ambientes que excluem ou observam a criança como objeto de admiração e alívio ‘porque os meu filhos são saudáveis’. É raro encontrar um ambiente acolhedor, não tanto pelo preconceito que advém do desconhecimento, mas pela falta de disposição para conviver com o outro.

Achávamos que isso não aconteceria no ambiente religioso, já que espiritualidade nos remete a aprender a acolher. Puro engano. Por anos, deixamos de freqüentar uma igreja por não nos sentirmos aceitos. O jarro, o púlpito, o ritual, o show, a estética... é sempre mais importante que as pessoas.

Meu filho é portador de sequela de toxoplasmose; possui um cérebro pequeno (microcefalia), não é regido pelas conveniências sociais, mas sabe se comunicar sem falar, amar sem cobrar, tocar músicas em instrumentos de percussão sem comercializar, sentir sem explicar, enxugar nossas lágrimas no momento de tristeza (o que enche o nosso coração de gratidão e alegria); sabe receber e ser hospitaleiro sem imposições, orar sem barganhar, louvar a Deus e adorá-lo espontaneamente. Enfim, sabe ser gente.
Hoje estamos em uma igreja acolhedora, que o percebe como pessoa. Que permite que ele participe de todas as celebrações, batismo, ceia e ministério. A comunidade tem nos ensinado a paciência, a contemplação do diferente percebendo a sua beleza; tem nos ensinado o amor incondicional. Eu concordo, sem falsa modéstia: Meu filho é especial mesmo! A inadequação não vem das pessoas diferentes, mas sim de nós, os ‘normais’, que não sabemos como conviver com o outro!”

Animo a sua igreja e a sua comunidade a receberem com mais alegria e contemplação os meninos e meninas especiais.

Escrito por, PR. CARLOS QUEIROZ.

terça-feira, 2 de março de 2010

SOBRE PASTORES E LOBOS

Pastores e lobos têm algo em comum: ambos se interessam e gostam de ovelhas, e vivem perto delas. Assim, muitas vezes, pastores e lobos nos deixam confusos para saber quem é quem. Isso porque lobos desenvolveram uma astuta técnica de se disfarçar em ovelhas interessadas no cuidado de outras ovelhas. Parecem ovelhas, mas são lobos.
No entanto, não é difícil distinguir entre pastores e lobos. Urge a cada um de nós exercitar o discernimento para descobrir quem é quem.
Pastores buscam o bem das ovelhas, lobos buscam os bens das ovelhas.
Pastores gostam de convívio, lobos gostam de reuniões.
Pastores vivem à sombra da cruz, lobos vivem à sombra de holofotes.
Pastores choram pelas suas ovelhas, lobos fazem suas ovelhas chorar.
Pastores têm autoridade espiritual, lobos são autoritários e dominadores.
Pastores têm esposas, lobos têm coadjuvantes.
Pastores têm fraquezas, lobos são poderosos.
Pastores olham nos olhos, lobos contam cabeças.
Pastores apaziguam as ovelhas, lobos intrigam as ovelhas.
Pastores têm senso de humor, lobos se levam a sério.
Pastores são ensináveis, lobos são donos da verdade.
Pastores têm amigos, lobos têm admiradores.
Pastores se extasiam com o mistério, lobos aplicam técnicas religiosas.
Pastores vivem o que pregam, lobos pregam o que não vivem.
Pastores vivem de salários, lobos enriquecem.
Pastores ensinam com a vida, lobos pretendem ensinar com discursos.
Pastores sabem orar no secreto, lobos só oram em público.
Pastores vivem para suas ovelhas, lobos se abastecem das ovelhas.
Pastores são pessoas humanas reais, lobos são personagens religiosos caricatos.
Pastores vão para o púlpito, lobos vão para o palco.
Pastores são apascentadores, lobos são marqueteiros.
Pastores são servos humildes, lobos são chefes orgulhosos.
Pastores se interessam pelo crescimento das ovelhas, lobos se interessam pelo crescimento das ofertas.
Pastores apontam para Cristo, lobos apontam para si mesmos e para a instituição.
Pastores são usados por Deus, lobos usam as ovelhas em nome de Deus.
Pastores falam da vida cotidiana, lobos discutem o sexo dos anjos.
Pastores se deixam conhecer, lobos se distanciam e ninguém chega perto.
Pastores sujam os pés nas estradas, lobos vivem em palácios e templos.
Pastores alimentam as ovelhas, lobos se alimentam das ovelhas.
Pastores buscam a discrição, lobos se autopromovem.
Pastores conhecem, vivem e pregam a graça, lobos vivem sem a lei e pregam a lei.
Pastores usam as Escrituras como texto, lobos usam as Escrituras como pretexto.
Pastores se comprometem com o projeto do Reino, lobos têm projetos pessoais.
Pastores vivem uma fé encarnada, lobos vivem uma fé espiritualizada.
Pastores ajudam as ovelhas a se tornarem adultas, lobos perpetuam a infantilização das ovelhas.
Pastores lidam com a complexidade da vida sem respostas prontas, lobos lidam com técnicas pragmáticas com jargão religioso.
Pastores confessam seus pecados, lobos expõem o pecado dos outros.
Pastores pregam o Evangelho, lobos fazem propaganda do Evangelho.
Pastores são simples e comuns, lobos são vaidosos e especiais.
Pastores tem dons e talentos, lobos tem cargos e títulos.
Pastores são transparentes, lobos têm agendas secretas.
Pastores dirigem igrejas-comunidades, lobos dirigem igrejas-empresas.
Pastores pastoreiam as ovelhas, lobos seduzem as ovelhas.
Pastores trabalham em equipe, lobos são prima-donas.
Pastores ajudam as ovelhas a seguir livremente a Cristo, lobos geram ovelhas dependentes e seguidoras deles.
Pastores constroem vínculos de interdependência, lobos aprisionam em vínculos de co-dependência.
Os lobos estão entre nós e é oportuno lembrar-nos do aviso de Jesus Cristo: “Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores (Mateus 7:15).

Autor, Osmar Ludovico da Silva.
Diretor e mentor espiritual, dirige cursos de espiritualidade, revisão de vida e de pastoreio de pastores e missionários. Casado com Isabelle e pai de Priscila e Jonathan, reside em Cabedelo, Paraíba.


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

NUTRE 2010


Tal qual a saúde e a beleza revelam à boa e necessária alimentação do corpo, a espiritualidade sadia revela a boa e adequada alimentação da alma. . Um corpo bem alimentado é um corpo sadio e resistente as doenças. Uma vida bem alimentada espiritualmente é igualmente sadia e resistente as doenças da alma.
A palavra de Deus e as práticas devocionais tem sido ao longo da historia, um alimento consistente da fé dos fiéis.
Dentro dessa visão a ICA convida a todos para participarem do NUTRE 2010, um momento de banquete espiritual. O primeiro encontro desse ano será nos dias 07, 14, 21, e 28 de Março, as 09h00min na ICA. Teremos somente dois encontros esse ano, por isso é muito importante que você reserve as manhãs dos domingos do mês de Março para participar desse momento.
O NUTRE funcionará com quatro salas, a saber; Leite, Pão, Peixe e Mel. No entanto, nesse primeiro encontro teremos apenas duas delas; Leite e Pão.
Simultaneamente ao NUTRE, teremos o NUTRE Kids, para as crianças, assim toda a família estará envolvida nesse projeto de edificação cristã.
Reserve já sua mesa, digo sua inscrição, nessa ceia de fé, reflexão e compromisso com a palavra de Deus e com a missão que Ele nos tem dado.

“Uma comida tenho a comer, é fazer a vontade de Deus”.

Pr. Manoel Góis

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O Sermão do Monte

O Sermão do Monte é uma espécie de “supra-sumo” elaborado por Mateus, baseado nos ensinamentos de Jesus. Não me parece uma mensagem focalizada a dar respostas a todas as perguntas da vida; ma, sem dúvida alguma, é relevante para o tipo peculiar de vida proposto por Jesus. É uma proposta suficiente em si mesma e aponta apara a realização plena da nossa humanidade. No Sermão, Jesus aprofunda ensinamentos relacionados à espiritualidade, ética, caráter e atitudes dos seus discípulos, de tal maneira que, se postos em pratica, são suficientemente capazes de propiciar ao discípulo uma vida bem-aventurada, estável, sem ansiedade, comparada por Jesus a alguém que tem “uma casa edificada sobre a rocha”. À margem dos ensinos, valores e paradigmas do Sermão as pessoas ficarão vulneráveis à destruição, a semelhança de alguém que construiu sua casa sobre a areia, e sopraram nela os ventos, deram um ímpeto sobre ela, e por estar edificada sobre a areia foi grande a ruína (Mt 7.26,27). Viver à margem dos ensinos de Jesus é uma opção contra a vida. É, de fato, um exercício suicida.
O Sermão do Monte nos ajuda a entender a vida a partir de novos prismas, valores, princípios, virtudes e perspectivas. Na verdade, o que Jesus apresenta não deveria ser considerado tão novo assim é o sentido humano pleno para o qual todos fomos criados. Criados para a vocação de ser gente. Aliás, dentre os aspectos do Sermão, talvez o mais significativo, mais espiritual e mais bem-aventurado seja justamente este: a redescoberta da vocação humana. A vocação da justiça: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça”. Bem-aventurados os misericordiosos, os pacificadores, os limpos de coração, os mansos- virtudes não cultivadas pelos desumanos. Fora do projeto vocacional de ser gente, o ser humano é infeliz, não realizado com a vida. Ao discípulo, Jesus oferece realização plena da existência humana. Bem-aventurado, feliz, “de bem com a vida”, realizado por ser gente, suficientemente gente é “todo aquele que ouvindo estas minhas palavras (de Jesus) e as pratica.”
O Sermão do Monte contém ensinos para quem deseja viver um projeto de vida muito além da mediocridade. Os ensinos são demasiadamente elevados para os desumanos; mas são, ao mesmo tempo, demasiadamente simples para quem vive a naturalidade de existência humana. Para Jesus, por exemplo, viver e praticar seus ensinamentos era a cosa mais trivial e comum. O difícil para ele era exatamente não se deixar fluir das virtudes e princípios que ensinava. Todavia, por causa do pecado, nossas falhas e limitações, reconhecemos que diante das palavras de Jesus todos somos denunciados, ficamos de alma despida e em geral deparamo-nos com um desmesurado sentimento de insuficiência. Este abençoado senso de limitação conduz o discípulo à oração, à confissão e, conseqüentemente, à total dependência de Deus. Emaranhada à mesma realidade há a constatação de que, a despeito da nossa insuficiência, é possível vivenciar os ensinos de Jesus. Evidentemente, não parece tão simples como estamos expondo. O próprio Jesus passou por momentos cruciais em que precisou orar: “Meu Pai: se possível passe de mim este cálice!”... A cruz foi uma decorrência da pratica do Sermão do Monte. Ele mesmo reconheceu q eu este é um caminho apertado, uma opção de alto risco, uma estrada espinhosa e de portões estreitos (Mt 7.13,14).
Portanto, o Sermão do Monte, ao mesmo tempo em que denuncia a nossa limitação e a magnitude da proposta de Jesus, anuncia o quanto necessitamos buscar o monitoramento do Espírito Santo. A profundidade da mensagem, suas implicações e a radicalidade dos ensinos de Jesus indicam a carência que todos temos, de ser conduzidos sob a graça preciosa de Deus. Na ótica de Paulo, há um projeto de vida proposto para cada discípulo de Jesus Cristo: “Ser transformado de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (2 Co 3.18). O discurso de Jesus em Mateus 5 a 7 nos compromete e desafia nessa direção.
Antes, porém, de nos lançarmos ao desafio d penetrar nesse “discurso”, convém atentarmos para algumas informações preliminares que nos ajudarão a situar-nos dentro do Sermão do Monte.

1. Sobre o autor

De pronto, estamos aceitando a tradição mais generalizada, segundo a qual Mateus, que era também chamado de Levi, é o autor do livro que leva seu nome. Tanto Mateus quanto Levi são nomes hebraicos, e o próprio livro está repleto de conteúdos que indicam uma fonte hebraica: as referências ao Antigo Testamento, os nomes exclusivamente ligados à experiência religiosa dos hebreus. Mateus era cobrador de impostos (Mt 9.9, Mc 2.14, Lc 5.27-29) e sua profissão deve ter influenciado consideravelmente o conteúdo de seus escritos. Na Oração Dominical, por exemplo, ele pede perdão pelas “dívidas”, e não pelos pecados, como faz Lucas. Inclui varias parábolas de credores infiéis e de cobradores severos, a fim de, em termos comparativos, realçar a misericórdia e o perdão de deus sobre os pecadores arrependidos; em oposição, destaca a crueldade dos cobradores de impostos diante de seus clientes inadimplentes.
Mateus, após seu encontro com o Messias, descobriu que não era possível servir a Deus e às riquezas (Mt 6.24). Sua convicção de chamado, ao que tudo indica, o fez abandonar a profissão para tornar-se um seguidor de Jesus Cristo (Mt 9.9).

Extraído do livro: “Ser é o bastante.” Autor Carlos Queiroz.